Texto do meu amado Felipe Caldas, para mim.

isabellinascimento

 

Amar-te até os lençóis
Acordar e admirar seu rosto singelo
Quão bela é a preguiça nos desígnios do teu corpo
Sinto como se uma pintura estivesse repousando em meus braços. 
O véu da sua camisola não esconde o belo mármore que és, ó Afrodite...
Nas primeiras horas da manhã,  no limiar do mundo [e no silêncio do nosso mundo], rogo a Deus que eu não perca nenhum instante. 
Nenhuma das tuas quase negras madeixas, que com cuidado e medo - medo de findar o instante e a eternidade que exprimes - transporto pelas pontas dos meus dedos indignos [de tua tamanha beleza]; fio a fio, cada um a seu lugar [genérico, pois a beleza deu um anjo não tem lugar que a repouse, a não serque seja este mesmo o próprio céu]. Nenhuma careta de quando os raios do sol penetram as vidraças e invadem a tua paz, como o bebê que do sono imortal é arrancado, ou o anjo que desperta à maldade - é um movomento de revolta e rebeldia, é desmantelar a ordem.
Teus finos lábios são frutos sempre desejosos. Sirenes para o sai fora; comportas para o que fica dentro. No silêncio do teu sono escodem o poder da palavra.
Mas tudo isso é muito vão, porque melhor ainda é ver o abrir dos teus olhos e o doce incandescente do teu sorriso. 
Você é toda a arte. Se o teu sono é escultura, teu despertar é música e poesia. Ainda que seja a manhã muito fria, tornas o meu coração quente. Me infundes um beijo ardente, e se jogas ao meu regaço - e,  na maciez dos teus braços, completo está o meu ser viril. 
O que sinto por ti, menina, é paixão ardente - mas não da que causa enjoo, como a paixão juvenil. 
É como o núcleo da estrela quente que não se finda: quando "morre", gera vida. Explode uma profusão de energia devastadora.
E é a este tom de sacrifício que quero me empregar: por você viver e morrer, e a mim mesmo matar. Que morra o velho homem! Aqui, de cima das cinzas do verme [que jaz,  mas ainda se desfaz], grita um louco sem medo do arrependimento. Que sendo feito do barro e já tendo possuido no peito um coração de cimento, quer o melhor da vida provar.
Dizem que no mundo de hoje é loucura amar. Dizem também que esse mundo é louco. Dizem que de gênio e louco todos temos um pouco. Só sei que dessa loucura quero realmente provar. 

  • Autor: isabellinascimento (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de julho de 2024 21:54
  • Comentário do autor sobre o poema: Esse foi o primeiro texto que meu amado, meu namorado Felipe C. me mostrou, em uma noite em que passamos juntos. Me emocionei a cada palavra lida nesse texto. Eu o amo muito, eu amo o modo como sou amada. Eu tenho muita sorte. Meu namorado é muito talentoso e por isso estou registrando aqui suas palavras.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 6
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários +

Comentários2

  • Melancolia...

    Mais que puro amor e lindo este poema...
    Grato a musa inspiradora e tambem ao belo escrito nos deixados a saborear tambem...

    Seja bem vinda....Aguardamos as novas postagens.

    • isabellinascimento

      Muito obrigada!! Fico feliz que tenha gostado!

    • Shmuel

      Que bacana da tua parte postar, o texto do teu namorado, em tua homenagem!
      Parabéns para os dois, e que este amor "seja eterno enquanto dure"

      Abraços!



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.