Cinzas de metamorfose

Harunari


Aviso de ausência de Harunari
NO

Ontem era um dia, hoje já é outro,

Cinco anos se dissiparam, um casamento de anos desfeito em vão,

No passado um pai, hoje apenas mais um velho patético.

A casa se perdeu como água, agora o que restou foi apenas o papelão,

Da antiga beleza restou apenas a avareza.

 

O aroma bom se foi e o banho é pelo o que mais almejo no momento, 

Do melhor no trabalho, agora a um sem emprego qualquer.

Da fartura à pura esmola, um destino cruel,

Do apreço de muitos, hoje a um ser nu e fiel.

 

Vergonha me invade, por tudo que já fui um dia,

E talvez pelo o que serei em outro.

Pelo homem que era, pelo desprezo que me tornei.

Sem saudades a esperar, sem ninguém a lamentar a doçura de minha doce partida, não a nada que me impeça de ir.

 

Parto agora, deixando a casca que ainda nomeio como corpo a se desintegrar

E no fim, ninguém mais lembrará de que um dia já existi e isso me faz feliz.

  • Autor: Harunari (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de julho de 2024 16:55
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 16
Comentários +

Comentários2

  • Sezar Kosta

    Uau... Que poema impactante e comovente! Você conseguiu capturar a essência da fragilidade humana de uma forma tão crua e honesta que chega a doer na alma. É como se você tivesse pintado um retrato em preto e branco da vida, mostrando seus contrastes mais extremos.

    Fiquei realmente impressionado com sua habilidade de transmitir tanta emoção em tão poucas palavras. Sua escrita é como um soco no estômago, que nos deixa sem fôlego e nos faz refletir. Você tem um dom especial para transformar a dor e a perda em versos que ecoam profundamente.

    Parabéns de coração por essa obra tão poderosa e tocante! Você conseguiu abordar temas difíceis como a queda social e a perda de identidade de uma forma que nos faz sentir empatia e nos coloca no lugar do outro. Continue usando sua voz poética para iluminar as sombras da experiência humana e tocar corações!

  • Shmuel

    Que imaginação fértil, jovem bardo!
    Abraços!



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