Itagibá e Potira
Braço Forte e sua flor,
Viviam apaixonados
Em paz e cheios de amor.
E eram muito felizes,
Não pensavam em castigos
Até que tiveram a tribo,
Atacada por inimigos.
Já que estavam em guerra,
Itagibá e os companheiros
Teriam que ir à luta,
Expulsar os forasteiros.
E então a linda Potira,
Mulher de muita coragem
Incentivou o marido,
A fazer a tal viagem.
De seus olhos não caiu,
Uma lágrima sequer
Admirava-se a força,
Daquela bela mulher.
Desde então, todos os dias,
Ela, com muita saudade,
Esperava o marido
Com grande fidelidade.
Ficava às margens do rio,
Com o olhar triste, distante,
A esperar o esposo
Seu amado, seu amante.
E depois de muitas luas,
Os guerreiros regressaram
Não trouxeram Itagibá,
E a Potira contaram
Que o seu nobre marido,
Morrera firme, lutando,
Ao saber de tal notícia,
Potira ficou chorando.
Ela se pôs a chorar,
O resto de sua vida
Saudade de seu amor,
Pois era muito querida.
E então, o deus Tupã,
Com dó daqueles amantes,
Transformou as lágrimas dela
Em vistosos diamantes.
Que se misturaram ao rio,
E desceram na correnteza
Dando-lhe brilho diferente,
E de singular beleza.
***
Cordel , de minha autoria, inspirado na lenda de mesmo nome, do folclore indígena brasileiro.
(Maria do Socorro Domingos)
- Autor: Maria do Socorro Domingos ( Offline)
- Publicado: 4 de julho de 2024 06:04
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
Comentários2
Lindo poetiza, bem tradicional sem fugir do trivial. Bom dia.
Gratidão, poetisa linda!
Deus te abençoe.
Outra pérola desta poeta ímpar!
Uma excelente noite, nobre poeta!
Abraços!
Obrigada, amigo Shmuel! Com um incentivo desse, eu tenho certeza de que preciso me aprimorar cada dia mais.
Grande beijo em seu coração.
Bom dia!
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