Maria do Socorro Domingos

LENDA DO DIAMANTE

Itagibá e Potira

Braço Forte e sua flor,

Viviam apaixonados

Em paz e cheios de amor.

 

E eram muito felizes,

Não pensavam em castigos

Até que tiveram a tribo,

Atacada por inimigos.

 

Já que estavam em guerra,

Itagibá e os companheiros

Teriam que ir à luta,

Expulsar os forasteiros.

 

E então a linda Potira,

Mulher de muita coragem

Incentivou o marido,

A fazer a tal viagem.

 

De seus olhos não caiu,

Uma lágrima sequer

Admirava-se a força,

Daquela bela mulher.

 

Desde então, todos os dias,

Ela, com muita saudade,

Esperava o marido

Com grande fidelidade.

 

Ficava às margens do rio,

Com o olhar triste, distante,

A esperar o esposo

Seu amado, seu amante.

 

E depois de muitas luas,

Os guerreiros regressaram

Não trouxeram Itagibá,

E a Potira contaram

 

Que o seu nobre marido,

Morrera firme, lutando,

Ao saber de tal notícia,

Potira ficou chorando.

 

Ela se pôs a chorar,

O resto de sua vida

Saudade de seu amor,

Pois era muito querida.

 

E então, o deus Tupã,

Com dó daqueles amantes,

Transformou as lágrimas dela

Em vistosos diamantes.

 

Que se misturaram ao rio,

E desceram na correnteza

Dando-lhe brilho diferente,

E de singular beleza.

***

Cordel , de minha autoria, inspirado  na lenda de mesmo nome, do folclore indígena brasileiro.

(Maria do Socorro Domingos)