Das coisas mais bonitas do mundo, você me fez perder a mais bela. Tenho medo, mãe. Medo de ser amada. Você me fez sentir como se eu nunca pudesse ser amada, me fez pensar que "o amor não é para pessoas como eu". Em um ato covarde, você arrancou de mim uma das coisas mais belas que todos podem ter: o amor. Tirou de dentro do meu peito cada mínima esperança do que poderia ser o amor.
O que é o amor? Eu não sei. Vivo para descobrir isso, me enfiando em buracos estreitos em busca de decifrar esse sentimento. Você me deu luz, me formou por longos 9 meses, foi literalmente meu mundo por um longo período. Mas e depois? O plano sempre foi me jogar no mundo e me fazer sentir inamável?
"Inamável" - que não pode ou não merece ser amado; indigno de ser amado.
Você me fez sentir inamável. É o meu princípio, a primeira experiência de amor que deveria ter tido, e eu amo você. Amo como um louco, amo como o cravo que vive entrelaçando com sua rosa, sabendo de seus espinhos. Amo como o homem que insiste em tocar em cactos pela sua beleza. Te amar doi, machuca.
Sei o que é amar, mas não sei como ser amada. E não seriam a mesma coisa? Bom, eu não sei. Você me ensinou a amar o impossível, a amar você com toda sua complexidade. Mas se negou a me amar na minha simplicidade.
Se não sou inamável, por que você não me ama, mamãe?
- Autor: Betty.Joones ( Offline)
- Publicado: 4 de julho de 2024 02:54
- Comentário do autor sobre o poema: Dedico a todos que vivem com suas mães narcisistas. Um brinde?
- Categoria: Triste
- Visualizações: 11
Comentários2
O Amor sempre o Amor, às vezes somos privados de ser criados por uma mãe, por um pai, essa carência é grande, e descobrimos o Amor de outras pessoas, que o mundo não gira ao nosso redor e nossos pais podem ser quem a gente sonha que seja, um Rei que lutou nas guerras e teve que ser retirado de nós, e nós o perdemos apenas por amor à sua pátria. Bom dia.
Puxa! Que poema - relato forte! Continue externando esses sentimentos. Escrever liberta e cura todas feridas.
Abraços!
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