Minha alma é tripartite
que nem a de Platão
Meu ID é lacaniano
meu EGO é escorpiano
e meu SUPEREGO tem a mesma imagem
que o lago projetou aos olhos espantados de Narciso
No umbigo de quem sou
trago lembranças recalcadas
de um tempo em que não falava
onde não sabia nada de relógios
ainda não tinha conta bancária
nunca havia feito aniversários
e o mundo e a eternidade eram apenas
uma contiguidade prolongada de mim
Meu Complexo de Édipo jamais foi desvendado
nem sequer consegui casar com minha mãe
mas todo objeto de amor por mim idealizado
tem o cheiro das fragrâncias dos seios kleinianos
Quem me vê assim tão Joaquiniano
não sabe que por dentro sou todo freudiano
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 3 de julho de 2024 08:37
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: Antonio Luiz
Comentários2
Eita, um poema bem psicanalítico mesmo. Parabéns poeta.
Evoé,poeta freudiano, com alma molhada naquilo que domina,como psicanalista,fundiu ego no superego e ainda se mostrou no Id da identidade daquilo que sabe e ensina!Aplausos de pé!
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