O meu casaco ainda guarda seu cheiro

Com ele a lembrança das últimas palavras que permearam aquela noite;
“não me peça isso” você sussurrou enquanto me presenteava com um último beijo
aquele que eu esperava que nunca tivesse acontecido;
foi com ele que percebi que te amava
e que desejei que você me amasse com a mesma intensidade
ao ponto de deixar que esse amor fizesse você lutar por mim

Meu casaco ainda guarda seu cheiro,
Em meu lado da cama ainda há a marca de sua presença no travesseiro,
Em meus lábios a lembrança dos seus,
Em nossas memórias, a felicidade de momentos vividos,
E hoje tudo se perdeu...

No meu casaco, teu perfume ecoa,
Guardado nas dobras, como uma joia rara,
Cada fibra conta nossa história à toa,
Teu cheiro ainda vive, suave como a brisa clara.
Nas mangas, o calor do teu abraço permanece,
Um vestígio do amor que nunca envelhece,
Entre os fios, memórias que o tempo não desfaz,
Meu casaco é testemunha do que foi e ainda será capaz.

No fundo da gaveta, entre velhas lembranças,
Encontro o casaco que emprestei naquela tarde fria,
Último dia em que nossos olhares se cruzaram,
Tecido que ainda guarda nossas histórias.
As memórias dançam como folhas ao vento,
Revivendo risos e segredos compartilhados,
A nostalgia abraça meu coração solitário,
E cada fio do casaco sussurra seu nome.
Ao aproximá-lo do rosto, respiro fundo,
O aroma familiar, doce, ainda presente.
Seu cheiro, essência que não se dissipa,
Desperta sentimentos que nunca partiram.
Sezar Kosta