SIM OU NÃO
Já perguntei para o vento,
Para o frescor do relento
E à cova do alecrim;
Perguntei à cotovia,
À avalanche bravia
Se gostas ou não de mim.
Perguntei à madrugada,
Ao pedregulho da estrada,
À lâmpada de Aladim;
Indaguei ao cão de raça
E a estátua da praça
Se gostas ou não de mim.
Interroguei a turba lenta,
Também o ardor da pimenta
E todas traças do cetim;
Perguntei à noite escura,
À lápide da sepultura
Se gostas ou não de mim.
Questionei a brisa mansa
E o olhar da criança,
Os restolhos do jardim,
Perguntei também ao frio,
Às margens plácidas do rio
Se gostas ou não de mim.
Já entrevistei um feto,
Fui no oásis do deserto,
Num jubiloso festim;
Perguntei ao rei do açoite
E à calada da noite
Se gostas ou não de mim.
Perguntei a todo mundo,
Até ao abismo profundo,
Ao aroma do jasmim;
Quis saber da estrela celeste,
Dos cativos do agreste
Se gostas ou não de mim.
- Autor: Marcos Valerio (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 12 de julho de 2020 10:00
- Categoria: Amor
- Visualizações: 37
- Usuários favoritos deste poema: R. Barbosa Gameiro
Comentários3
Lindo e meigo poema ! "Se responderam Não é Sim, pois a Poesia do Poeta é um Alecrim" rsrsrsr Paz e Bem poeta ! abraçossss
Realmente precisamos entender que nem sempre o NÃO é "NÃO". Pode significar "SIM". Basta ter a magia do alecrim.
Grato pela leitura e comentário.
Abs
Remete à cantiga de roda. Sublime.
E tem uma pitada da escola romântica literária. É sempre bom remetê-la e trazer à luz um pouco mais da poesia ingênua.
Obrigado pela sua observação, poetiza!
Pergunte aos olhos dela, visto que eles confessam o que todas as coisas negam.
Bonito poema!
Marina, de fato, diante dos olhos dela nem perguntar necessitaria. Falariam por si.
Feliz e grato porque o poema te agradou. Meu abraço.
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