N-ésimo soneto de saudade

Antonio Luiz

saudade é avezinha que voa e se aquieta

e nos capões do peito faz o seu ninho

é o galho da imburana velha e discreta

que, em silêncio, embala esse bichinho

 

página marcada no córrego manso

caderno da vida de folhas molhadas

mato que se curvou ao nosso avanço

sagrado retrato de nossas pegadas

 

saudade é argila no areal da memória

moldada com cheiro da criança d'outrora

posta pra secar no umbral da janela

 

passeio pela noite no alazão-estrela

brilho na menina dos olhos da aurora

no toró do sertão da gente, a calmaria

 

-- esse soneto foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 13/06/24 --

  • Autor: Antonio Luiz (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de junho de 2024 13:00
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
Comentários +

Comentários2

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    Belo poema uma mistura de gaúcho com Nordestino, bem brasileiro. Boa tarde.

    • Antonio Luiz

      Querida poeta Rosângela,

      Muito obrigado pela gentileza da interação!

      Boa tarde!
      Um abraço.

    • Shmuel

      "o galho da imburana velha e discreta
      que, em silêncio, embala esse bichinho"...

      Eu não apenas leio teus textos, eu vejo a tua poesia se desenhando ante meus olhos.

      Abraços

      • Antonio Luiz

        Caro poeta e amigo, Shmuel

        Eu fico muito feliz em saber que ainda lê o meu trabalho, e muitíssimo satisfeito quando vejo, em seus comentários, que ele lhe agrada. Muito obrigado!

        Um abraço.



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