Novamente

pesbvef

E se para lhe ver uma última vez, fosse preciso eu retornar para o mais profundo abismo no qual sofri milênios para fugir, o faria com gosto, me sentindo agraciado pela oportunidade de me gabar aos outros malditos que sofreram comigo, que pude mais uma vez visitar o céu do qual desisti

Sinto medo de lhe esquecer, apesar de 2 anos se passarem e sequelas ainda invadirem minha cerne 

Você é o último pingo de orvalho em uma manhã fria de agosto, marcando o fim do inverno, a última flor de lírio em uma rachadura de calçada entre prédios cinzas e sem graça, pessoas habituadas a cumprir objetivos, pisoteando-a, a complexidade de Jack descrita em orações indecifráveis, todo o amor da terra, ou a tristeza mais pura que o indivíduo pode sentir 

Uma barreira foi criada para lhe afastar, afinal, quando o ápice da insanidade humana me atingiu, lhe foi preferível o abandono, uma alma totalmente quebrada e desgastata 

Se amávamos igual

Como foi possível me abandonar quando mais precisei

E essa barreira foi quebrada uma única vez 

No meu último dia, no dia em que foi testado o limite do amor próprio 

E falha 

E insignificância 

Após isso, chegamos ao limite da barreira

Estando em solo firme

Talvez

Eu esteja pior que aqueles dias

Pois eu não choro mais

E eu não me sinto mal mais

E eu nao sinto o medo que eu sentia da morte

E talvez eu esteja pior que aqueles momentos

E cruzei a barreira

Pois é o último desejo do meu ego 

Antes de partir

  • Autor: pesbvef (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de maio de 2024 10:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
  • Usuários favoritos deste poema: DAN GUSTAVO


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