E se para lhe ver uma última vez, fosse preciso eu retornar para o mais profundo abismo no qual sofri milênios para fugir, o faria com gosto, me sentindo agraciado pela oportunidade de me gabar aos outros malditos que sofreram comigo, que pude mais uma vez visitar o céu do qual desisti
Sinto medo de lhe esquecer, apesar de 2 anos se passarem e sequelas ainda invadirem minha cerne
Você é o último pingo de orvalho em uma manhã fria de agosto, marcando o fim do inverno, a última flor de lírio em uma rachadura de calçada entre prédios cinzas e sem graça, pessoas habituadas a cumprir objetivos, pisoteando-a, a complexidade de Jack descrita em orações indecifráveis, todo o amor da terra, ou a tristeza mais pura que o indivíduo pode sentir
Uma barreira foi criada para lhe afastar, afinal, quando o ápice da insanidade humana me atingiu, lhe foi preferível o abandono, uma alma totalmente quebrada e desgastata
Se amávamos igual
Como foi possível me abandonar quando mais precisei
E essa barreira foi quebrada uma única vez
No meu último dia, no dia em que foi testado o limite do amor próprio
E falha
E insignificância
Após isso, chegamos ao limite da barreira
Estando em solo firme
Talvez
Eu esteja pior que aqueles dias
Pois eu não choro mais
E eu não me sinto mal mais
E eu nao sinto o medo que eu sentia da morte
E talvez eu esteja pior que aqueles momentos
E cruzei a barreira
Pois é o último desejo do meu ego
Antes de partir