Janela da vida

Luis Bap

Pelo quadro que emoldura a parede, vejo a luz do infinito.

Lá passam carros, transitam pessoas apressadas

O excesso de futuro corrói minhas mãos

Uma mulher confere seu aparelho sem qualquer surpresa

Vigas centenárias sustentam a casa

Na praça, nada de novo senão o alto prédio que se ergueu sobre o nome da própria praça.

Tomo um gole de café

Transportes coletivos seguem conduzindo gentes diversas

O senhor abre sua banca, mas vende meias, pois ninguém mais lê jornais

Tudo isso eu vejo do quadro que emoldura a parede

Tudo real lá fora, como real aqui dentro

Pago a conta e alcanço a rua pela porta

Lá fora, a vida segue sem esperança.

  • Autor: Luis Bap (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de maio de 2024 21:57
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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