Ponto Final “reticenciado”. Chapter One.

Melancolia...


Aviso de ausência de Melancolia...
NO


Na imensidão dos meus pensamentos, me pego vagando entre nuvens e estrelas e acabo me perdendo entre névoas e penumbras. À medida que meus pensamentos sorrateiros continuam a voar, percebo que não me encontro em nada do que vejo ou penso; apenas tenho o desejo de me tornar uma pessoa melhor. Em cada esquina que passo, deixo rastros de despedida naquele lugar.

 

Nada me convém em ser melhor, e também nada me molda nos percursos e percalços dos andantes. Tento aparecer de um modo anônimo, meio sem jeito, mas continuo seguindo nas viagens da vida e de encontro com a nociva morte. Em algum dia, ao dobrar a esquina, posso ser contemplado com o bilhete da sorte e convidado a vê-la de pertinho, perguntando-me se tenho algum desejo antes de partir desta para outra modalidade de viver. Seria um presente ou um pedido?

 

Nos desejos e anseios, o coração bate forte e suores escorrem pelo corpo, trazendo-me um senso de delírios e prazeres. A cada dia, o corpo perde a beleza que se apresentava aparentemente sem marcas e segue uma degradação rápida, um descolorir dos pelos, mostrando que nem tudo o que é perceptível aos olhos sempre seguirá na mesma feição dos métodos originais. Assim sendo, vamos definhando em pedaços a cada hora em que estamos respirando.

 

A vida anda lado a lado com a morte. Seriam elas irmãs-primas do destino, aguardando em qual rua irão intercalar ou reavivar os sentimentos de tristeza? A ousadia dos seres em extinção nos arremete a desfrutar da dor e da angústia que nos é apresentada em forma de sorriso e de um abraço, abraço este que se transforma em masmorras, deixando assim a falta de fôlego nos forçar a esquivar e correr em busca de um socorro que nunca irá nos atender de imediato, e sempre a bateria vai se acabando.

 

O que deixamos escritos e ditos no silêncio do quarto fechado, só o travesseiro consegue contar o que se passou dentro daquela prisão de sentimentos. Escrevemos tanto que as palavras se tornam perdidas ou sem direção, ficam sobrevoando nossas cabeças e não conseguimos compreender dentro de um nível humano. Apenas tentamos desviar o olhar das coisas mundanas e caímos dentro de uma tinta, borrando os lugares por onde passamos e chegando a um denominador comum sem nenhum resultado final.

 

Apesar de não sermos eternos, nossas queixas e nossas palavras avulsas deixadas em papéis que ficam encardidos com o tempo. Tentamos nos convencer de que, milhares de anos mais tarde, outros percursores irão se deleitar em tudo aquilo que deixamos registrados e marcados. O ruim é que não temos a certeza de que tudo isso acontecerá, ou se o papel que estava dentro das gavetas não servirá de rascunho ou de encaixes de poeiras que vão se apagando com o passar dos dias.

 

Na verdade, escrevendo ou sem o fluir do coração das coisas boas, continuemos a expandir o submundo da poesia, sentindo a alegria de saber que alguém foi um mero e ilustre escritor que se baseou ou que sentiu no seu íntimo a vontade de escrever algo diretamente destinado a outro ser. Com tudo isso, sentimos o vigor das delícias em que o sentimento expressa e vimos a reciprocidade de um coração que, ao ser presenteado, nos arremessa a um estado de êxtase e nos faz sentir que o paraíso existe.

 

E ponto final "reticenciado" (não tenho certeza se existe no vocabulário).

2 maio 2024 (10:45)

  • Autor: Melancolia... (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de maio de 2024 09:45
  • Comentário do autor sobre o poema: Sobre reflexões sem sentido nenhum....Apenas escrevi...!!! - Não sei onde estou indo, mais sei que estou no meu caminho(Rauzito).
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 13
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Bela flor
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Comentários3

  • Bela flor

    "Na verdade, escrevendo ou sem o fluir do coração das coisas boas, continuemos a expandir o submundo da poesia, sentindo a alegria de saber que, alguém foi um mero e ilustre escritor que se baseou ou que sentiu no seu íntimo, a vontade de escrever algo que seja diretamente destinado a outro ser, e com tudo isso, sentimos o vigor das delícias em que o sentimento expressa e vimos a reciprocidade de um coração que, ao ser presenteado, nos arremessa a um estado de êxtase e nos faz sentir que o paraíso existe." (Melancolia)

    Toda sua poesia está excelente! Você expressou mesmo sem "rumo"... Acontece que você está vivendo, seu coração ainda pulsa, e por isso ainda há as (...)

    Viva da forma que queira viver, com consciência, não se desprenda tanto também! Apesar de querermos viver em um paraíso, ainda estamos em um mundo real, com várias pessoas ao nosso redor que tem sentimentos... Então, devemos sobrevoar com sabedoria!

    Sua poesia meu amor! Está magnífica... Eu vejo e sinto você em cada palavra... Meio que perdido por horas, mas, você sabe seu real valor! Não perca o foco, não esqueça o quanto és amado e querido!

    ***Se algum dia suas ou nossas poesias ficarão para outros lerem?? E se elas terão algum valor para outrem... Não sei!!! Eu só sei que tenho a sorte de estar hoje aqui lendo cada palavra sua e absorvendo todo amor que é espalhado do seu peito para todas as pessoas que te lêem!

    Amo você! S2

    • Melancolia...

      MInha amada....tu és incrível...
      Me conheces bem, sabes o que sinto em todos os momentos,.
      Tenho a plena certeza que vives dentro de mim..
      Amo o teu sentir e tua sensibilidade cada vez me arremete dentro de voce...
      Em meio aos meus mundos perdidos...voce me encontra e me mostra o caminho do que é ser feliz e melhor ainda..ao seu lado.

      Obrigado por cada gesto, palavra e carinho a mim...Sinto que és minha amada pra vida inteira...
      Amo ter voce ao meu lado e grato pelas palavras sábias que deixastes aqui....

      Vou continuar com sabedoria essas reticências e saber que existe sim pessoas especiais ao meu redor ..incluido a pessoa que eu mais amo....VOCE ;; S2

    • Nibrandão

      Que lindos!

    • Melancolia...

      Grato pelo comentário Nibrandão...

      Seguimos com a mesma feição da paixão.

      Abraços.



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