Um deslize, uma distração
Após a missa, a comunhão
Sábado à noite, a esposa em casa nos aguardava
Minha filha ao lado, em doce conversa, eu escutava
Chuviscos rabiscavam o vidro do veículo
Era noite, a lua se escondia em seu véu
Eu pensava estar atento à direção, mas falhei.
Chegando na Estrada do Mineiro
Eu deveria frear, olhar primeiro
Certificar-me de que a via estava livre
Para fazer a manobra, sem que nada inibisse
Mas só olhei em uma direção
Após dois carros passarem em questão
Acreditei ser minha vez de ir
Acelerei, sem temor de prosseguir
Então o som estridente da buzina ressoou
O grito de minha filha ecoou
Eu havia escolhido o momento errado
Meu Deus! Devo ter clamado.
Confesso que meu coração se assombrou, inquiriu
Por fim, um motoqueiro passou espremido
Entre nosso carro e a guia, sem ser impedido
O condutor gesticulava com uma das mãos
Parecia proferir obscuros despropérios
Eu e minha filha, nossos olhares se entrelaçaram
Um suspiro de alívio, uma gratidão emudecida
Por nada ter ocorrido, pela intervenção divina
Àquele desconhecido irmão
Seguimos para casa, para a nossa rotina.
_________Pedro Trajano
- Autor: Trajano (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de abril de 2024 16:02
- Comentário do autor sobre o poema: A vida é poesia. No sábado retrasado, dia 13, ao sair da igreja, no caminho para casa, quase causei um acidente. Depois do susto e de ficar alguns dias pensando sobre o assunto, nasceu um poema.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
Comentários2
Seus poemas sempre tiveram grande qualidade poética e felizmente o anjo da guarda de vocês estavam bem atento e nada de grave ocorreu. Paz e prudência!
Obrigado.
Seus comentários sempre me motivam.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.