ESTRADA DE ANDIRÁ
Havia uma árvore na beira da estrada
Grande, majestosa
A estrada era longa, de terra vermelha, poeirenta
Que na chuva virava um pesadelo de pai, de mãe
A paisagem ao longo da estrada era longa, de quilômetros de plantações de café a perder de vista
A jardineira ia tocando a buzina a cada parada que fazia
O café se foi, depois ao longo do tempo vieram o algodão, o trigo, e por fim, a cana de açúcar
O ciclo se repete ao longo dos anos
Hoje retorno à estrada, e vejo que já não é mais tão vermelha
A terra foi substituída pelo asfalto,
As quase duas horas que levava para percorrê-la de jardineira, hoje a devoro em apenas quarenta minutos.
A modernidade chega à velha estrada
E a velha árvore ainda continua na beira da estrada, maior, imponente, intocável, linda como antigamente
Como se estivesse à espera que um dia eu voltasse com meus cabelos brancos para revê-la, para abraçá-la.
Sim, eu voltei.
Aqui estou eu novamente e cheio de saudades.
E junto com a imagem da árvore, me vem à memória uma rica vida rural que não existe mais, Senão em meus sonhos
E as pessoas que povoam esses sonhos não estão mais lá.
Celso Fukuhara
Novembro-2007
- Autor: Celso Fukuhara ( Offline)
- Publicado: 18 de abril de 2024 10:23
- Comentário do autor sobre o poema: Uma breve lembrança no tempo
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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