As Máscaras

Pedro Trajano de Araujo

Nem todo dia de sol é verão
A tristeza às vezes se esconde atrás de um sorriso
Pássaros aprisionados também cantam
Somos mestres na arte de ocultar sentimentos.
 
Nas noites estreladas, sombras se desenham
O brilho da lua consola a solidão dos caminhantes
Em cada riso pode ecoar um sussurro silencioso
Protagonistas somos de um teatro de máscaras.
 
Nossas máscaras disfarçam dores internas
A vida é um palco onde representamos papéis
Enquanto a alma, em silêncio, chora
Escondemos nossas cicatrizes sob o véu.
 
Na noite, solitários em nossa cama
Encaramos nosso juiz interior com temor
Com a cabeça apoiada no travesseiro suave
Inevitavelmente confrontamos nossa verdade.
 
No âmago dos medos que ocultamos
No silêncio noturno, encaramos nossa fragilidade
Despojamo-nos das máscaras que nos sufocam
E abraçamos, enfim, nossa autenticidade.
 
_________Pedro Trajano
 
https://opoetatardio.blogspot.com
 
 
  • Autor: Trajano (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de abril de 2024 14:19
  • Comentário do autor sobre o poema: No poema "As Máscaras", busco aprofundar-me na dualidade da vida e revelar como podemos escondemos nossas emoções por trás de sorrisos.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4
Comentários +

Comentários2

  • Charles Araújo

    Para realidade, caro poeta!!!

    Escrevir um sobre máscaras também.


    RAPOSA E AS UVAS

    (C.Araujo)

    Entre um bailar e outro, dançamos
    na contemplação do tempo
    no animado baile de máscaras,
    onde mentiras são as verdades que contamos.

    Entre um compasso e outro, ressoa destoante
    o tic-tac do relógio quebrado,
    que se omite a marcar o tempo.
    E no tilintar das taças, embriagamo-nos
    no doce vinho do anfitrião Dionísio.

    Em alucinados passos dançamos desvairados,
    como sátiros a cortejar as frenéticas mênades.
    Loucos julgando loucos,
    onde os normais estão dormindo
    e o tempo passado, o dia raiado
    são alívio para os corações
    embriagados de ilusões passageiras.

    Na furtividade da rápida lucidez,
    a dor traz a razão,
    assim se desfazem as emoções.
    Depois da efêmera alegria
    vem o refluxo das consequências.
    E a imagem dos rostos sem máscaras,
    a real aparência.


  • Pedro Trajano de Araujo

    Muito bom poeta



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