CEMITÉRIO DOS MORTOS VIVOS

joaquim cesario de mello

 

Trago na memória lembranças

de coisas que não existem mais

 

Aquele dia que já morreu no calendário

o instante passageiro que o ônibus levou

a criança que viveu fora dos retratos

os minutos que os relógios não guardaram

o rosto da minha mãe evaporado

os festejos que o tempo comeu

e um amontoado de átomos gastados

 

A memória é o lugar das ausências

um branco escuro que levo comigo

para todo canto que entro, saio ou sigo

 

A memória é uma residência cheia de fantasmas

quase como se fosse uma casa mal-assombrada

 

  • Autor: joaquim cesario de mello (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de março de 2024 17:32
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8


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