Jeci (saudades de você)

Paula Guedes



 

TANTOS PASSOS JÁ PASSARAM POR AQUI

E TANTOS OUTROS PASSOS HÃO DE VIR.

 

E NESSA CORRENTE INTERMITENTE DESSE RIO PERENE

TEM HORA QUE A GENTE É PASSAGEIRO

TEM HORA QUE A GENTE É VIAGEM.

TEM HORA QUE A GENTE É LEMBRANÇA

TEM HORA QUE A GENTE É SAUDADE

TEM HORA QUE A GENTE FICA

TEM HORA QUE A GENTE PARTE

E LEVA NOS OLHOS O QUE NÃO SE VÊ.

NA ALMA, O QUE NÃO SE TOCA

SEGREDO QUE NÃO ESCONDO

VERDADE QUE ME INCOMODA...

 

É TUDO EFÊMERO, TÊNUE, IMPERSEPTÍVEL...

DÓI O AMOR

EM CADA UM DOS SEUS SENTIDOS

 

E EU SIGO NESSE BARCO

COM ESSE ASSENTO VAZIO AO MEU LADO

VIDA QUE PASSA

MISTÉRIO E GRAÇA

 

NESSE CÉU INFINITO

O HORIZONTE SE FUNDE

E ENCONTRA ABRIGO

NAS ÁGUAS DESSE RIO

E EU PROSSIGO

NA CERTEZA DE VOCÊ...

  • Autor: Maria Carvalho (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de julho de 2020 16:32
  • Comentário do autor sobre o poema: Fiz esse poema em homenagem a minha mãe, Jeci, que faleceu. Não é um poema sobre a tristeza que a morte provoca; é um poema sobre saudades de alguém muito amado. Sobre a falta diária que essa pessoa nos faz.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 13
Comentários +

Comentários3

  • matheusdantas

    Pude sentir a intensidade desses versos! E lamento, pela partida dessa pessoa tão querida em sua vida.

  • Hébron

    Maria Carvalho, que poema lindo!
    É rítmico e emocionante... Belíssima homenagem!
    Não é só reflexão, é quase uma reza pro alívio...
    Abraço

  • Crica Marques

    Lindo, Maria, como você fala da importância das coisas invisíveis:
    "TEM HORA QUE A GENTE PARTE
    E LEVA NOS OLHOS O QUE NÃO SE VÊ". Parabéns. Abç



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