Vou empilhar os dias passados
pôr em ordem todos os retratos
colocar as lembranças no saco
enfiar os livros preferidos na caixa
arrumar o que é íntimo na mala
vestir o terno que nunca vesti
pegar o bilhete da passagem
que não comprei nem ganhei
apenas estava na cabeceira
do berço no dia em que nasci
e hoje sua validade está expirada
Vou pegar minha bagagem
e viajar para o Infinito
que havia perdido no dia
em que minha infância me deixou
E quando chegar lá
vou te mandar um cartão postal
de um lugar bem bonito e azulado
ou de um negrume tão escuro
que não se pode enxergar nada
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 18 de março de 2024 17:48
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários2
Prezado Joaquim Cesário: um belo e reflexivo poema.
Forte abraço.
Belo texto, que nos leva às lembranças, nos faz refletir sobre o presente e o desfecho do poema nos revela a certeza sobre as incertezas do futuro...
Sempre muito enriquecedora e instigante a leitura da sua poesia.
Abraço
Sempre bom quando um texto meu encontrar um olhar como o teu
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