joaquim cesario de mello

O ÚLTIMO POETA

 

No ocaso do papel

o agonizar das canetas

 

Os livros empoeirados nos restantes brechós

servem de pastos às traças protegidas do Sol

pelo sombrear acinzentado das teias

 

No canto a máquina de escrever Olivetti

rumina memórias dos tempos em que era

tocada pelo inquietar barulhento dos dedos

 

No desaparecer dos demais

O velho guardião apaga a luz

fecha a porta e sozinho vai embora

 

  • Autor: joaquim cesario de mello (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de Fevereiro de 2024 08:54
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8

Comentários3

  • LEIDE FREITAS

    Faz todo sentido. Um lamento necessário.

    Boa noite, poeta Joaquim Cesário de Mello!

  • Maria dorta

    Um gemido ou um uivo contudo? E lá vai tua alma se derramando...bom demais!

  • Vinicios Cesário

    Sem fazer juízo de valor tia poesia faz eu pensar que o novo sempre vem.
    Parabéns
    Bela



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.