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joaquim cesario de mello

O ÚLTIMO POETA

 

No ocaso do papel

o agonizar das canetas

 

Os livros empoeirados nos restantes brechós

servem de pastos às traças protegidas do Sol

pelo sombrear acinzentado das teias

 

No canto a máquina de escrever Olivetti

rumina memórias dos tempos em que era

tocada pelo inquietar barulhento dos dedos

 

No desaparecer dos demais

O velho guardião apaga a luz

fecha a porta e sozinho vai embora