PB Almeida

Silencio

E não deixo o silêncio entrar
Ouço o grilo e o relógio
Já ligo a televisão
As vozes desconhecidas logo viram sinfonia

Aposto que o moço do jornal nem imagina
Que depois da meia noite ele é a minha companhia
Se eu deixo o silêncio entrar
Ele derruba todas as minhas portas
Puxa logo uma memória que eu mantinha escondida
Memória que abre feridas que ainda estão doloridas

E eu não sei ser triste aos poucos
Nos momentos certos, quando é conveniente
Porque na verdade até na tristeza existe conforto
E eu me encontro em seus braços pedindo consolo

E de onde vem esses pensamentos?
É sempre o silêncio que os traz consigo
Porque no silêncio seu reflexo vira seu inimigo
E no silêncio tudo é possível
E a vida vira castigo
Por isso…

Eu não deixo o silêncio entrar

O celular já está com pouca bateria
Vai outro vídeo até meus olhos fecharem
O silêncio não entrou 

  • Autor: PB Almeida (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de Fevereiro de 2024 00:27
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 7

Comentários1

  • Helena Rodrigues

    Intensa e reflectiva poesia. Parabéns
    De facto temos que por vezes fechar a porta ao silêncio... Seu barulho ensurdecedor nos ataca e afige !!

    Saudações Poéticas



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