//meuladopoetico.com/

PB Almeida

Silencio

E não deixo o silêncio entrar
Ouço o grilo e o relógio
Já ligo a televisão
As vozes desconhecidas logo viram sinfonia

Aposto que o moço do jornal nem imagina
Que depois da meia noite ele é a minha companhia
Se eu deixo o silêncio entrar
Ele derruba todas as minhas portas
Puxa logo uma memória que eu mantinha escondida
Memória que abre feridas que ainda estão doloridas

E eu não sei ser triste aos poucos
Nos momentos certos, quando é conveniente
Porque na verdade até na tristeza existe conforto
E eu me encontro em seus braços pedindo consolo

E de onde vem esses pensamentos?
É sempre o silêncio que os traz consigo
Porque no silêncio seu reflexo vira seu inimigo
E no silêncio tudo é possível
E a vida vira castigo
Por isso…

Eu não deixo o silêncio entrar

O celular já está com pouca bateria
Vai outro vídeo até meus olhos fecharem
O silêncio não entrou