Thamiris Zanin

O PÁSSARO CANHESTRO.

Avistei um pássaro, tanto quanto canhestro, em meio aos edifícios da cidade.

Ele não voava, nem aparentava pousar, caia na rapidez das gotas da chuva a se expandir na calçada.

Quem avistava a cena pensava: “pobre pássaro que não soube voar!”

Ele não tinha uma espécie, tinha um nome.

Não tinha ninho, tinha casa.

Não tinha filhotes, tinha filhos.

Não tinha bando, tinha família e amigos.

O pássaro canhestro era um homem trabalhador que do edifício ao chão não soube pousar.

  • Autor: Thamiris Zanin (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de Fevereiro de 2024 22:26
  • Comentário do autor sobre o poema: O poema retrata uma pessoa avistando a longa distância um homem caindo do edifício, confundido com um pássaro canhestro que não sabe voar. A queda faz analogia as gotas da chuva, que na sua rapidez se expande no encontro ao chão, assim como o corpo em queda livre. As frases expostas podem fazer analogia ao suicídio ou até mesmo um acidente, dependendo das percepções interpretativas de cada um.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5

Comentários1

  • Shmuel

    O pássaro canhestro era um homem trabalhador que do edifício ao chão não soube pousar.

    Um poema, uma crônica da cidade e suas dores!
    Amei!

    Abraços a poeta!



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