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Thamiris Zanin

O PÁSSARO CANHESTRO.

Avistei um pássaro, tanto quanto canhestro, em meio aos edifícios da cidade.

Ele não voava, nem aparentava pousar, caia na rapidez das gotas da chuva a se expandir na calçada.

Quem avistava a cena pensava: “pobre pássaro que não soube voar!”

Ele não tinha uma espécie, tinha um nome.

Não tinha ninho, tinha casa.

Não tinha filhotes, tinha filhos.

Não tinha bando, tinha família e amigos.

O pássaro canhestro era um homem trabalhador que do edifício ao chão não soube pousar.