Avistei um pássaro, tanto quanto canhestro, em meio aos edifícios da cidade.
Ele não voava, nem aparentava pousar, caia na rapidez das gotas da chuva a se expandir na calçada.
Quem avistava a cena pensava: “pobre pássaro que não soube voar!”
Ele não tinha uma espécie, tinha um nome.
Não tinha ninho, tinha casa.
Não tinha filhotes, tinha filhos.
Não tinha bando, tinha família e amigos.
O pássaro canhestro era um homem trabalhador que do edifício ao chão não soube pousar.