Horda organizada
O jogo termina
a ira que alucina
transforma a horda
em alcateia insana
que depreda e ataca
com fúria desumana
mesmo quando vencem
a corja leviana perde a razão.
A cólera que alenta
a turba faminta
de sangue sedenta
que espalham as vísceras
em transe sombrio
da vítima que agoniza
jogada ao meio fio.
A dança soturna inicia
trazendo a agonia
ao olhos assustados
que em choque assistia
os horrores sem fim,
testemunhas ao acaso,
deste macabro festim.
A impunidade permite
e a violência resiste
pelas ruas progride
em confronto brutal,
se dizem torcedores
mas são perdedores,
com uniformes organizados
em um bando animal.
- Autor: Altofe (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 23 de fevereiro de 2024 08:15
- Comentário do autor sobre o poema: É uma crítica ácida ao fato recorrente ocorrido nessa semana com jogadores de futebol do Fortaleza que foram atacados com pedras e bombas, fora do estádio, pela torcida adversária, levando ao hospital um dos atletas por trauma cranioencefálico, e como ex-atleta sinto-me também ofendido. Acredito que pessoas devam lutar por seus direitos, o que não é a mesma coisa que ter o direito de agredir fisicamente, isso é papel dos intolerantes que não brigam por direito mas apenas por terem opiniões e gostos diferentes ou conceitos prévios, em todas as esferas (esportivas, políticas, religiosas, sexuais, etc...). Existem discussões polarizadas que não valem à pena entrar, quanto mais agredir por isso, a manifestação é livre, mas a agressão é um golpe contra a racionalidade, a lei e sobretudo a humanidade. Ilustrei com uma imagem de Hooligans europeus pois seria injusto evidenciar uma única torcida local, porque todas já cometeram o mesmo delito.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 7
Comentários1
Parabéns Poeta
Tua poesia traduz de forma muito clara não só esse episódio mas muitos outros, com tuas palavras e de forma muito sensível fotografaste a tristeza do evento. Cada palavra da poesia nos põe frente a frente com a tragédia.
Obrigado poeta. Já presenciei muita violência entre torcidas, ao ponto de ter que fugir com carro de ré 3 quadras sob ataque de pedradas, em um jogo de times que para os quais nem torcia. Pelos vários acontecimentos que presenciei é que fazem 8 anos que não acompanho mais partidas em estádios. Tenho um primo chefe da maior torcida do Grêmio do RS que se orgulha de já ter apanhado em todos os estádios da américa do sul onde o time dele jogou. Abs.
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