SANGRAMENTO

Carlos Lucena

SANGRAMENTO

Escrevo  quando 
me vem a tempestade
E quando me sangra 
o que não penso.
E o sangramento 
não é casualidade
Mas é o verbo 
que me faz intenso.
Nesta hora
Quase não o faço
Porque  temo a leviandade do bom senso
Porém por entre as linhas vai ficando o contrassenso 
Rastros de uma dimensão poética 
Muito mais da poesia 
do que minha.
Ora lúdica ora patética. 
Sangra-me como incontida hemorragia
Até a alma verte 
o sangue que não tem 
Para cessar  
eu  recorro  à poesia
Pois se não corro, até a alma perde a essência que contém.

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de fevereiro de 2024 03:53
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6


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