Mar & Fogo

carlos correa



Engraçado como ainda tantos anos depois

Léguas e décadas nas mais variadas e diferentes

Arquiteturas de sonhos construídos em distantes faróis

De um tempo em que as utopias brotavam crentes

 

Tantos vazios e castelos e eu ainda volto ao mesmo lugar

Sentado sobre as pedras deixando que o mar me molhasse

Uma criança espirrando água e correndo pra eu não ralhar

Acho que tentava me fazer sorrir ou será que já era um passe?

 

As pedras continuam lá fui eu que segui achando que ia passar

O mar encontrou um jeito de me achar e dizer oi ainda sou eu

Até que um dia eu vi as portas que se abriam sobre todo esse mar

E aí eu entendi como chegavam as estrelas elas não vinham do céu

 

Eu queria encontrar a paz que dizem existir dentro de meu coração

E quando eu falo sobre a paz falo sobre as tormentas dentro de mim

Eu queria mesmo que adormecessem essas paixões esse velho vulcão

E volto as pedras inspiro a maresia sonhos parem deem logo um fim

 

Não importa o que eu faça tudo que eu tento se perde no fundo do mar

E acabo aqui nesse lugar sobre as pedras teimando em voltar a acreditar

Esqueço tudo que aprendi sobre a ingenuidade dos sonhos de uma criança

E volto breves instantes num tempo que nunca saiu de minha lembrança

 

Deus abençoe nossa teimosia

Bandolins sempre será uma dessas pedras

Carlos Correa

  • Autor: carlos correa (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de fevereiro de 2024 00:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.