Andante Solitário
Ando pela praia
para lembrar.
A cada passo,
por onde passo,
eu reconheço
o nosso lugar.
Vago pela espuma
buscando o que perdi,
não quero esquecer,
e quando fico desorientado
procuro sempre
o lugar onde te conheci.
O tempo passa,
a cada semana
a lembrança semeia,
não quero pensar.
Quanto mais eu fujo
mais eu retorno
ao meu refúgio
perto do mar.
Minha mente chora
com gosto da maresia.
Meu coração arde
no sal das ondas,
é uma ferida aberta
que não quer curar.
Abro os braços,
e para as águas
eu grito,
grito sim,
choro e grito
pra dentro de mim.
O soluço é abafado
pela imensidão.
Me aperta no peito
uma dor sem fim,
não há remédio para desilusão.
Estou devastado,
nem todo o oceano
mata minha sede,
e caio ajoelhado.
A saudade não some.
Mergulhado em tristeza
a doença com nome
abate meu ser,
solidão, que me faz sofrer.
Meu andar pesado
deixa profundas pegadas
na infinita areia macia.
Fica marcado o meu caminho
em direção ao final do dia.
Assim ando sem pressa,
ao som do mar,
tornei-me um andante solitário
que nunca deixou de te amar.
- Autor: Altofe (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 13 de fevereiro de 2024 12:05
- Categoria: Amor
- Visualizações: 11
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários2
Perfeito meu amigo....
Cada dia tiro o meu chapéu pra voce....
Abraços.
Obrigado pela atenciosa leitura e pela estrelinha de favorito. Abs.
Linda ...
Consegues aqui nos fazer caminhar e sentir o corpo e a alma pesada pela saudade relatada e ao mesmo tempo não querer sair, porém desejar prolongar essa experiência. Perdoe a ousadia mas gosto de dizer a experiência subjetiva que me causa cada texto.Parabéns
Agradeço a visita do talentoso poeta ao meu pequeno universo de devaneios poéticos. Abs.
Talentoso... Quanta bondade
Um abraço
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