Aborto
Eu não nasci para amar
Nem para ser amado
A dor ameaça me desintegrar
Por causa de quem eu tenho me apaixonado
Acho que meu eu do passado teria vergonha
Ao me olhar de madrugada acordado
Chorando na fronha
E me perguntando "o que havia me tornado?"
Penso no passado quando eu tinha um belo sorriso
Vejo que não sorrio tem tempo
Ele ecoa, o meu riso
Enquanto me olho no espelho e bebo, me perguntando "porque eu ainda tento?"
Meu eu do passado sente vergonha
Me olhando sozinho no terraço
Enquanto espero que a tristeza se ponha
Para morrer sem ar no espaço
Decido fazer o que minha mãe não fez
Me abortar
Pensei no meu tempo que se desfez
E simplesmente decido voltar para o meu quarto e me acomodar
Mas, quando o dia se acabou
Me coloquei a chorar
Eu queria meu cérebro abortar
Foda-se, você nem se esforçou
- Autor: Pato ( Offline)
- Publicado: 14 de janeiro de 2024 22:54
- Categoria: Carta
- Visualizações: 5
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