Antonio Luiz

Botões de tempo

a flor nascida das horas

traz nas pétalas o tempo

de perfume desacanhado

que enche e logo esvazia

dos coloridos deslizantes

que os olhos não agarram

e lépidos pés aveludados

que notar pouco sabemos

e incapacitados de retê-la

segundo de flor qualquer

um zás de sua primavera

e pô-la em vaso diminuto

assim choramos perdê-la

vê-la, por suposto, jazida

desperdiçada, num jardim

donde procede, incessante

o quase instantâneo botão

desmerecida oportunidade

de seu ciclo infinito e belo

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com) em 04/01/24 --

  • Autor: Antonio Luiz (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de Janeiro de 2024 11:45
  • Comentário do autor sobre o poema: Caros poetas, o volume excessivo de atividades no último mês do ano passado me privou de estar mais vezes aqui no MLP, de apreciar seus trabalhos, de curti-los, de comentá-los e de favoritá-los: em suma, “faltou-me tempo”! Infelizmente, não é tão simples amarrar o tempo num poste, como propunha o nosso sábio pantaneiro Manoel de Barros. Em tempo, fica aqui o meu desejo de que todos tenham um próspero e feliz 2024, com muita saúde, paz, amor, luz e poesia (e tempo)! Um abraço.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8


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