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Antonio Luiz

Botões de tempo

a flor nascida das horas

traz nas pétalas o tempo

de perfume desacanhado

que enche e logo esvazia

dos coloridos deslizantes

que os olhos não agarram

e lépidos pés aveludados

que notar pouco sabemos

e incapacitados de retê-la

segundo de flor qualquer

um zás de sua primavera

e pô-la em vaso diminuto

assim choramos perdê-la

vê-la, por suposto, jazida

desperdiçada, num jardim

donde procede, incessante

o quase instantâneo botão

desmerecida oportunidade

de seu ciclo infinito e belo

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com) em 04/01/24 --