Arlindo Nogueira

DESTINOS ERRADOS



Dois olhares de retinas gêmeas

Fitam as sombras um do outro

Face no disfarce sorriso neutro

Areia puída rastros nos corais

Canto da sereia faz e se desfaz

Nas dunas dos ventos contidos

Duas almas um amor proibido

Vivido tão perto naquele cais

 

Dois corpos cheios de ternuras

A palmilhar sob céu estrelado  

Pulsando átrios coração alado  

Na espreita de almas proibidas

Que se amam só as escondidas

No silêncio detidos encontros

Sem nunca desvelar seu ponto

No secretismo de toda à vida

 

O luar prateado tece seus raios

Sobre os cabelos soltos no cais

Furta-cor das ondas e de corais   

Pelo mar azul de águas calmas  

Paixão detida digna de palmas

Dois amores sem nunca ter sido 

E convencionalmente proibidos

Destinos errados de duas almas

 

São duas almas e dois destinos

Parecem tiatinas pelas estradas

Vagueando em vidas separadas

São proibidas juntas por ciúmes

De suas luzes como vagalumes

Tal qual constelação de estrelas

O sonho seria elas juntas tê-las

Pra ver quão é lindo seus lumes

 

 

  • Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Dezembro de 2023 19:12
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Destinos Errados”, refletindo o sentimento mais poderoso do mundo, afinal, é ele que une pessoas, que cria famílias e torna o mundo um lugar melhor para se viver. Porém, nem todas as faces do amor são realmente felizes, pois precisam lidar com as desilusões e dificuldades do famoso amor impossível. Há sentimentos que são proibidos, por várias circunstâncias na vida, a mais evidente é a presença de outro amor. E mesmo que se tenha carinho e afeto pelo outro, há muros que impede sua realização. Muitas vezes os muros são escalados, encontros marcados, beijos arriscados, as de sabor inigualável. É como o doce mel do som da chuva caindo no telhado, em horas não vistas e locais não sabido por outrem. Clarice Lispector desse: “Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido”. Boa leitura do nosso poema, cuja centralidade está na célebre frase do livro “Love Story”, de Jennifer Echols – “Amar é jamais ter que pedir perdão”.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 1


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