Dois olhares de retinas gêmeas
Fitam as sombras um do outro
Face no disfarce sorriso neutro
Areia puída rastros nos corais
Canto da sereia faz e se desfaz
Nas dunas dos ventos contidos
Duas almas um amor proibido
Vivido tão perto naquele cais
Dois corpos cheios de ternuras
A palmilhar sob céu estrelado
Pulsando átrios coração alado
Na espreita de almas proibidas
Que se amam só as escondidas
No silêncio detidos encontros
Sem nunca desvelar seu ponto
No secretismo de toda à vida
O luar prateado tece seus raios
Sobre os cabelos soltos no cais
Furta-cor das ondas e de corais
Pelo mar azul de águas calmas
Paixão detida digna de palmas
Dois amores sem nunca ter sido
E convencionalmente proibidos
Destinos errados de duas almas
São duas almas e dois destinos
Parecem tiatinas pelas estradas
Vagueando em vidas separadas
São proibidas juntas por ciúmes
De suas luzes como vagalumes
Tal qual constelação de estrelas
O sonho seria elas juntas tê-las
Pra ver quão é lindo seus lumes