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Arlindo Nogueira

DESTINOS ERRADOS

Dois olhares de retinas gêmeas

Fitam as sombras um do outro

Face no disfarce sorriso neutro

Areia puída rastros nos corais

Canto da sereia faz e se desfaz

Nas dunas dos ventos contidos

Duas almas um amor proibido

Vivido tão perto naquele cais

 

Dois corpos cheios de ternuras

A palmilhar sob céu estrelado  

Pulsando átrios coração alado  

Na espreita de almas proibidas

Que se amam só as escondidas

No silêncio detidos encontros

Sem nunca desvelar seu ponto

No secretismo de toda à vida

 

O luar prateado tece seus raios

Sobre os cabelos soltos no cais

Furta-cor das ondas e de corais   

Pelo mar azul de águas calmas  

Paixão detida digna de palmas

Dois amores sem nunca ter sido 

E convencionalmente proibidos

Destinos errados de duas almas

 

São duas almas e dois destinos

Parecem tiatinas pelas estradas

Vagueando em vidas separadas

São proibidas juntas por ciúmes

De suas luzes como vagalumes

Tal qual constelação de estrelas

O sonho seria elas juntas tê-las

Pra ver quão é lindo seus lumes