O tempo quase apagou meu rastro
Sinais de desgasto da sola da vida
Lutas e percalços na estrada puída
O molde dos pés na curva da tarde
Onde pisa e repisa passos de varde
Soslaio da retina numa linda cereja
Onde os pássaros na copa gorjeiam
Em réstias de Sol que na copa arde
Troveja um dia no outro esbraveja
O pé de cereja é mirante da várzea
Subindo no tronco eu vejo sua casa
Fito você linda em vestido de chita
Cabelos trançados com tope de fita
Tens a boca doce do sertão brejeiro
O vento do vale evola o seu cheiro
Enquanto você busca água na bica
Há chuva de desejo no meu jardim
Lavinas de jasmim vindas de você
Tua vida é um livro que eu quero lê
Nas ondas do mar no barco na proa
Ao ensombrecer em tarde de garoa
Eu quero entende-la e fazê-la feliz
Descobrir teu destino e sua diretriz
No translinear da vida insisto à toa
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Autor:
Arlindo Nogueira (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 10 de dezembro de 2023 23:45
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Translinear da Vida”, por ser a palavra translineação uma técnica de redação que se aplica à escrita. Por conseguinte, há redação poética, cujo seu principal recurso é a construção estilística de textos, em sua maioria, literários ou publicitários. A função poética é aquela voltada para a construção estética do texto, que provavelmente nós utilizamos nos textos o tempo todo. Sabe quando você está escrevendo uma palavra, ela não cabe na linha que você está e é preciso continuá-la na linha seguinte. Então, você conhece a translineação! Portanto, a poesia “Translinear da Vida”, utiliza-se da figura de linguagem, para fazer uma comparação implícita. Ou seja, imaginamos a linha que a vida escreve sua trajetória e que muitas vezes, é necessário seguir na linha de baixo, sem desassociar o contexto da linha de cima. Boa leitura do nosso poema a todos.
- Categoria: Amor
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Offline)
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