Ele, o Sharmá, se tinha muito em conta da sua autoconfiança. E de fato tinha motivo para sê-lo assim de autoestima elevada. No entanto, aquele dia sacudiu-lhe a sua base por um auspicioso futuro. Ele mesmo se estranhou quando, de repente, achou-se em pânico. Sua fé abalada lhe trouxe desconfiança do seu futuro e sentiu-se perdido sem uma visão promissora de futuro qualquer. Viu-se no término de sua carreira, sem opção por alternativas. Estava tão temeroso que não se deu a dirigir seu carro e chamou um táxi.
Sentou-se à mesa do restaurante 'Cibus & Bar' e solicitou uma dose dupla de Jack Daniels.
O garçom o interpelou: "O senhor Sharmá, desculpe-me a ousadia, não está exagerando na bebida?"
Ele não deu resposta, apenas indagou do sanitário. O sanitário lhe era conhecido e a pergunta fora de atitude sarcástica.
Lá, no sanitário, ele se estremeceu... Que ousadia tem esse sujeito! Pouco me conhece... Também, era um raciocínio falso. O garçom o servia diariamente, naquele período noturno... Sharmá vinha sentindo uma angústia inexplicável, uma sensação de morte iminente, que lhe impulsionavam a respirações profundas e frequentes. Essa angústia tinha relação com uma sensação de enchimento circulatório a repercutir vácuo nos pulmões e uma pressão no crânio a pedir alívio. Cada respiração abaixava o diagragna no máximo, a ver se conseguia expelir a peso craniano. Voltou à mesa do restaurante e solicitou um Filé Mignon ...mal passado. E outra dose de uísque... Do nada, uma suspeita lhe veio à mente e temeu pelo taxista que o trouxe àquele local afastado e com a promessa de que voltaria a buscá-lo às 23:00. Temeu que a euforia demonstrada pelo taxista, durante a corrida, era uma armadilha de amizade traiçoeira. Tomou-se de pânico ainda maior com o receio de que seria assaltado, de volta, por ele. Rápido, antes que o pedido lhe chegasse à mesa, pelo celular chamou outro táxi. Sorrateiramente, fugiu... Um alívio percorreu sua alma...
E que levem a breca o filé, o uísque e o acordo instado com o prestimoso taxista.
No sentido de ainda tornar-se mais fugitivo, decidiu pousar num Hotel. Ali, da cartela de Rivotril que tinha no bolso ingeriu dois comprimidos, e não chegou a conscientizar-se de que estava possuído de paranoia alcoólica. Apenas se viu no fundo do poço... Dormiu em paz...
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- Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de dezembro de 2023 13:05
- Categoria: Conto
- Visualizações: 9
Comentários2
A vida nos prega essas peças. E que nunca mais duvides de tua auto valia! Lindo poema em prosa!
Minha querida Dorta, como é gratificante receber a marca da sua visita!!!
Que você tenha um alegre final de semana.
Beijo.
Um conto e tanto!
Que demais!
Rir é o melhor remédio, não poeta?
É sim, prezado Claudio Reis. " Um dia sem rir é um dia desperdiçado," falava o Charles Chaplin.
Gratidão pelo comentário.
Um abençoado domingo.
Um forte abraço.
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