Vou mudar-me daqui, estou cansado,
A igual visão diária me perturba. Doutro lado da rua, o telhado
tem a mesma diária mudez...
Vou mudar-me!!
Não sei, mas aquele telhado doutro lado
tem a sisudez sinistra de um auguro.
Parece adivinhar meus pensamentos...
Com aquele telhado eu dialogo...
Ele com a sua nudez do sem sigilo.
E eu com a minha introversão de um solitário...
Vou passar... e aquele telhado faz-se eterno.
Ele me afronta e me destroça, antecipadamente.
Sinto-me triste, até de mim tenho dó,
nessa mesmice.
Gostaria de uma úlcera na perna,
ou de uma dor crônica para me ensimesmar.
Uma hipertensão, uma diabetes
para entreter-me preocupado.
E não ter relação alguma com aquele telhado.
Vou mudar-me daqui.
Quero ver o horizonte, as nuvens, o azul do céu, que daqui não vejo.
Quero ouvir sons musicais de algum clube em festa,
ouvir gritos de gente alegre nas ruas,
mulher bonita com tornozelos em saltos altos, e sua dinâmica.
Quero ver árvores na rua com passarinhos em festa.
Mendigos a domirem no passeio.
E o odor nojento da sujeira deles.
Zoeira de um bar, à noite, e cheiro de cerveja.
Ver monte de gente passando, sorrindo e eu me desviando pra neles não me esbarrar...
Carros a esnobarem sendo de modelo elétrico... Quero sentir que vivo ao ver a vida!
E não este telhado mudo e morto...
Vou mudar-me daqui...
Quero ver gente e não este telhado...
Uma metrópole, talvez.
*********************************
Quero sair daqui...
Afinal aonde vou?
Não me lucra fugir,
Eu sempre o mesmo sou!!
Quero sair daqui...
Mas que tanta bobagem
Comigo me terei
Com a mesma bagagem!!
Não gosto mais daqui...
Eu sei que me prejulgas:
Aonde o cachorro vai
Com ele vão as pulgas!!
Tangará da Serra, 02/12/2023.
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- Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 3 de dezembro de 2023 11:59
- Comentário do autor sobre o poema: Digitar no Google: 1. skol meu lado poetico– 2. estante virtual de Maximiliano Skol –você verá mais poemas de Maximiliano Skol. 3.Digitar "Maximiliano Skol YouTube" e você verá o vídeo sobre o livro Impotência Orgástica o Poder da Mente.
- Categoria: Conto
- Visualizações: 25
Comentários4
PARÓDIA PARA MAX:
Havia um telhado no caminho
No caminho havia um telhado
Por isso me achava sozinho
Sem ver as coisas doutro lado
Mas, descobri com sensatez
Que dois andares, talvez
Que construísse nessa casa
Alargasse a minha visão
Veria um 'novo mundo' então
Como se Deus me dera asas
(Elfrans) kkkkk
Meu amigo Elfrans, abusas de tua verve poética assim que tens uma oportunidade. Mas vou morar num apartamento acima do décimo andar para obter uma visão panorâmica. E não choramingar mais um solitário telhado.
Um alegre dia de domingo.
Abração.
Onde quer que tu fores,poeta,sempre haverá um telhado que pode impedir_ te de ver o " au dela" ou simplesmente,te paralisar o olhar. Mas tens tanta riqueza interna que nada te impedira' de ver tua riqueza interior e esse telhado...nada impedira'!
Minha querida Dorta, grato por teres uma boa imagem de mim. Isso é bom. Seu julgamento por certo reflete a riqueza interior que é toda tua.
Feliz final de domingo.
Beijo.
SERGIO NEVES- ...ah! ...esses nossos "telhados"! ...o que aqui dizes pode até ser uma tua realidade "nua e crua" no que tange a haver realmente essas telhas todas a prejudicar as suas tão sonhadas visões...,...e por tal, o mudar se faz necessário...,...de qualquer forma,...de um jeito ou de outro, esses teus versos valem como uma retórica "do tamanho de um elefante"! ...se com essa idéia tu versaste, foste brilhante! (...a segunda parte do escrito implícita bem todo esse sentido...) / ...e como é bom ler textos assim -super bem "elaborados"-, que, de um jeito ou de outro, nos fazem muito pensar, refletir...,...ótimo! / ...bom,...fico aqui torcendo para que tu consigas "horizontear" satisfatorianente todas as tuas queridas visões... // (PS - ...eu vou te contar aqui uma minha particularidade -para um "consolo" teu -...eu moro em casa térrea e ainda assim há "telhados" mil a atrapalhar visões minhas...) /// Abçs.
Olá, meu caro Sérgio. Receber uma visita tua é em si própria um sinal de precioso elogio. Inda mais quando vem permeada de um inteligente juízo crítico e com o teu estilo literário único.
Uma tarde de domingo a contento.
Um forte abraço.
Que lindo e longinquo poema a respeito de uma mudança de cenário...
Bravo e que essa mudança lhes sejam maiores do que a metrópole....
Abraços.
Gratidão, prezado Melancolia, pela sua visita e comentário.
Que você tenha uma abençoada semana.
Um forte abraço.
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