não quero repetir os meus aplaudidos versos
só pra eu ter a certeza de agradar novamente
desaprendi cedo as contas de calcular o risco
estudo a órbita ocular em razão de desprezos
e sei dos risos randômicos toda a intensidade
eu declinei da ânsia de ser sempre absorvido
não me apraz escrever coisas líquidas demais
que acabem sendo tomadas em algum engano
assim eu me mantenho espesso e encaroçado
embora me apresente farto, como leite à cria
eu preservo o i e o ene de algumas incertezas
estou desinteressado das quantas vezes ainda
hei de ver nos ponteiros o meu último ângulo
não abro mão de guardar, e bem embrulhado
o pacote frio da certeza que recebi, nascendo
de fato, não quero nada adiantado, nem beijo
nem uivo ou gemidos por um gozo ensacado
tampouco lágrimas por coisa não consumada
(não é certo que aqui tivesse mais um verso)
o privilégio de certas dúvidas soa feito graça
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 24/11/23 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 24 de novembro de 2023 10:47
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Vilmar Donizetti Pereira, Letícia Alves
Comentários3
SERGIO NEVES - ...Sr. Antonio,...mataste a pau! ...um escrito de se admirar...,...com toda a certeza! /// Abçs.
Caro poeta Sérgio,
Confesso que eu já estava sentindo falta da tua visita!
Muito obrigado pela gentileza da leitura, sempre apurada, e pelos comentários, tão inspiradores!
Um abraço.
Parabéns pela sua profunda reflexão! Tenha uma boa tarde! Um abraço.
Caro poeta Vilmar,
Muito obrigado por apreciar mais esse texto. Eu fico imensamente lisonjeado por tê-lo favoritado.
Um abraço.
Não tenho nem palavras. Surreal de extraordinário! Uma vibe Manoel de Barros com Alberto Caeiro.
Aplausos e abraços!
Sem palavras fico eu, com esse teu comentário. Sem palavras e lisonjeado!
Obrigado!
Um abraço, querida Letícia.
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