Tudo como se fosse novo:
a palha, o rústico, a forma.
Tudo como se fosse de uma vez
só:
o breu, o cáustico, a solda.
Lampeja: você se envolve e
quando acorda
não percebe
a perca de seu voo.
Você planeja sua vida em
ritmo de aluguel.
rende mais sal do que
o pleno açúcar.
Depois, não vá rastejar:
o chão é bruto,
não tem ângulo,
você é a forma
sem conteúdo!
Dá de lá, pega daqui.
Tudo numa rifa infernal,
onde as coisas do coração
ficam especiais:
lentas e sombreras.
Se você quer ser você,
já não pode, porque o
vazio já tomou
seu lugar.
E se você é o anfitrião da dor,
menos mal.
A fruta não sola a terra,
o sol não vinga sua força,
a sombra reina soberana:
em sua última peça.
Tratava do sol e do nó,
arguto sistema de nós dois.
Quando você partiu
simplesmente nos deixou, sós.
Mas se a vida vale alguma coisa,
não vale sem você.
Fica tudo vazio,
sem bordas,
chameado de
falsa sinceridade:
é troco enganado,
é voz engasgada,
é muro de pedra.
Assim, pra te alcançar outra
vez,
só mesmo da outra vez;
Quando o mundo cansar
de dar voltas,
e parar de repente.
Ai será a volta
do reino canelado
na minha vida
já tão amargurada!
Você dança açucarada
à luz de estrelas.
A mim me basta,
virei sal e açúcar
e caminhei insólito
para o nada.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 16 de novembro de 2023 04:14
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
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