Entre alvas seguiste a lua nova,
Essa sombra de suaves redolências,
Já vagastes por sobre uma cova,
Envolta pelo véu dessas dolências.
E a névoa por sobre a tua alcova,
Tem as mágoas de pálidas fulgências,
Como o vento que entoas uma trova
Nos caminhos de etéreas florescências.
Algo de antigo vagueia nesses ares,
Algo que lembra-me das melodias
E da alma luminosa dos luares...
Alguma coisa dos meus tempos idos,
Remetem essas ruas tão vazias,
Com seus clarões d'aurora envelhecidos...
Thiago Rodrigues
- Autor: Thiago R ( Offline)
- Publicado: 4 de novembro de 2023 16:49
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
Comentários1
Belíssimo soneto. Realmente encantador e me lembrou logo uma pintura de um pintor japonês que admiro MUITO: Kawase Hasui, cuja pintura coloquei no último poema que postei agora há pouco (Pensamentos Deambulantes).
De qualquer forma, achei linda a forma como fizestes uma transposição dos sentimentos visualizados para à escrita.
Uma poesia verdadeiramente iluminada!
Abraços! 😉
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