saí de casa como noutros dias
levando a certeza do regresso
agarrada ao molho de chaves
no bolso externo da mochila
mas não era esse “o tal plano”
que urdia há dezenas de anos
quando tinha mãos quentinhas
a vida, ali daqueles segundos
das coisas que apenas têm ida
tempo do trem de lembranças
de tantos amores desprezados
dos olhares incompreendidos
dos beijos demasiado rápidos
das frases presas na garganta
e nos meus bloquinhos de notas
com tantos poemas começados...
e o peito doeu forte e infinitamente
a angústia de não os ter completado
e às minhas sobras ainda vermelhas
quando o lembrar já me havia partido
a espessa primeira lágrima póstuma
eu devo ter, por fim, ali misturado
naquela bonita manhã de noite
feita de asfalto e ferragens
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 03/11/23 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 3 de novembro de 2023 10:22
- Comentário do autor sobre o poema: Aos tantos poetas que já se foram, profissionais ou nem reconhecidos, e aos seus inúmeros textos não terminados!
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 8
Comentários3
Parabéns por ter terminado este!
Muito obrigado pela amável interação, querida poeta Maria!
Um abraço.
Belo e sensível versejar, poeta Antônio Luiz! Parabéns! Bom final de semana! Um abraço.
Caro poeta Vilmar,
Grato pela leitura e pelos comentários!
Boa semana!
Um abraço.
Um poema simples e bonito, prazeroso de ler.
Boa tarde e até breve!
Querida poeta Leide,
Obrigado pela gentileza da leitura e pelos afáveis comentários!
Um abraço.
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