O que é que vou fazer
com esse dia espatifado
com essas horas quebradas
com esses minutos lacerados
e com esse amontoado de segundos
que ficaram trinchados no chão das datas
de um calendário que a vida de mim usurpou?
O que é que vou fazer
com aquelas noites em claro
com o silêncio do cômodo fechado
com a insônia dos sonhos não sonhados
e com todos os fantasmas fora dos armários
que flanados perambulam ao redor de mim deitado
sobre uma cama desforrada em que a vida me colocou?
O que é que vou fazer
com esses manuscritos acumulados
com esse tanto de versos abandonados
com a orfandade dos poemas não publicados
e com a dor que trago nos espaços vagos das costelas
que suspira vozes em forma de retratos feito de palavras
enquanto estou sozinho e a esposa assistindo televisão no quarto?
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Autor:
joaquim cesario de mello (
Offline) - Publicado: 1 de novembro de 2023 19:05
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
- Usuários favoritos deste poema: Vinicios Cesário
Offline)
Comentários3
Muito nom ?????
Grite! Se preciso for, mas não guarde dor.
Quem está ao teu lado precisa ser viva o bastante para regirao seu grito!
Se for um grito!
Boa noite belas palavras escritas como um relato diagnóstico...
O ser é fadado a construir a si mesmo . Vejo a pergunta " o que vou fazer...? " como a ideia central. Sim, fazer , a Divina Inteligência, criou o mundo e num ato de bondade, deixou que fossemos nossos próprios construtores.
O que vou fazer ...?
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