Bruno Schaeffer

Um breve dia

Um breve dia

 

Era um menino nefasto,

Safado e perambulado.

Com aquela chagas que me incomodavam,

Quem era aquela,

que estava sentada ao meu lado.

Aquela, que me dava arrepios!

 

Era noite e uma luz ofuscava,

Era a lua com seu brilho cintilante,

Mas estava tão frio que não sentia

Nem meus pés e escroto.

 

Era noite e dia e mais uma noite de dia,

Era mais tarde que o pôr do sol,

Quando não beirava mais,

La estava eu,

Naquela maldita esquina.

 

Chavasco, como em dia de churrasco,

Todos reunidos, mas ninguém

Se ouviu, falou, ou se quer murmurou.

 

Estavam felizes por fora,

Mas tristes por dentro,

Não tinham mais receio,

E nem mais crenças no futuro

De tantos vil.

 

Sim, ou talvez não.

Se era não, o que é o sim,

Mais tarde estava no chão,

E o medo vinha mais cedo.

 

Tristes eram minhas plagas

Esquecidas pelo tempo,

Sumiram de dia,

E foram para imensidão.

 

Sou o homem lata,

Sem dó ou coração.

  • Autor: Bruno Schaeffer (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de Junho de 2020 00:10
  • Comentário do autor sobre o poema: O que realmente existe em nós quando a consciência padece?
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 33

Comentários1

  • Hébron

    Uma poesia que nos oferece muitas interpretações, que faz o leitor pensar sobre o seu sentido. Eu percebi um contexto de crítica sobre a falta de sentimentos, sobre a indiferença... Você coloca na categoria de reflexão, mas não percebi o objeto definido... Mas gosto da sua escrita.
    Abraço

    • Bruno Schaeffer

      Obrigado Hébron, realmente não é sobre reflexão no geral, mas enxergar a si mesmo e o que isso atrai no leitor. Não encontrei outra categoria para por.



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