deve sofrer de disposofobia, coitado:
prejulgam-me uns pobres de história!
de fato, eu guardo muitas lembranças
num roupeiro envernizado de imbuia
que já ocupa um quarto da memória
certa parte está disposta em cabides
tal camisas, que só no peito apertam
tecidas na doce infância e mocidade
como os bordados em panos da vida
resguardados ali das traças da idade
recordações revivíveis a todo tempo
por perfumes, por cores ou por sons
ecos perenes e silêncios do passado
momentos não apagados pelos anos
retratos fixados ao fundo das portas
ali só os segredos se desmantelaram
nos fundos falsos de cada gavetinha
desassegredados ou então reduzidos
a um pó fininho, um tipo de farinha
da qual hoje o meu riso empanzina
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 31/10/23 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 31 de outubro de 2023 14:07
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
- Usuários favoritos deste poema: DAN GUSTAVO
Comentários2
Caro poeta Antônio Luiz, bela e reflexiva poesia! Parabéns! Bom dia! Um abraço.
Caro poeta Vilmar,
Grato pela gentileza da leitura e pelos afáveis comentários!
Um abraço!
Caro irmão em letras Dan,
Muito obrigado por favoritar o meu poema!
Um abraço!
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