DO VENTO À VENTANIA
Vem com tanta força
Deságua
Como se fosse rio
lava como se fosse água
E refresca
Porque vai e vem
Como se fosse vento
E toca a música que sossega
Mas também tem
Uma coisa de lamento.
É como o mar que mareja
em ondas de maresia
Mas de repente é brisa
Que rasteja
Como se fosse a lágrima que escorre
Na areia de um rosto como se fosse praia
E é doce como se fosse um mel
Boca, colmeia de quem beija
E voa no azul como se fosse céu.
É vento
É brisa
É mar
É rio
É amor que ama
Calor e frio
É chama
Serenidade calma
De pureza sofreguida de uma alma
Bravo como a água do mar
Sereno como a água do rio
E como veia pulsante
Agita o sangue em borbulhas
Regando a semente no cio
E vai do vento à ventania!
Comentários3
Há tempos não lia poema assim, imaginativo e bem construído.
Aplausos amigo das letras. Meu abraço poético
Parabéns nobre poeta Carlos Lucena! Um texto prazeroso de se ler!
Sempre competente no ato mágico do versejar.
Poesia é vida em construção
É fogo que arde
Mas não queima
E é letra no verso que teima
É luz claridade e escuro
Ora é áspera
Ora é terna
Porque é a própria ternura
Candida e alva
Porque é á própria candura
E mesmo diante da nau perdida
E da perdida procela
É a estrofe embarcada
Na poesia da vida!
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