Na sincronia confusa e diacrônica das lembranças
a casa do ontem era azulada como é o céu da infância
Se o azul já não fosse um som ou uma palavra
haveria de ser por mim uma cor inventada
De que adianta uma casa colorida de azul
se no interior fundo e incolor da memória
o azul fosse coisa nenhuma ou não me dissesse nada?
Todos necessitamos significar com palavras
os intervalos em branco e eventuais das nossas histórias
pois são nelas que as pessoas que somos
ficam em cada um de nós em si arquivadas
Por isso não é preciso saber
qual parte do arco-íris tingia aquela morada
porque lá onde nela ficou meu distante presente menino
fosse branca verde amarela ou até mesmo laranjada
será para sempre em meu íntimo uma linda casa azulada
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 24 de outubro de 2023 18:25
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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