não há plenitude no amor que despreza
o beijo relâmpago dos pedaços de bocas
e o coraçãozinho no vidro suado do banheiro
eu não sirvo pra fazer pouco caso das sutilezas
águas pesadas de março apenas fecham verões:
são incapazes de fluir nas manhãs de setembro
mas as rolhas leves de cortiça dos espumantes
podem subir num ano e descer no outro
há mais liberdade nos encarceramentos
das diminutas formigas num açucareiro
do que naquela gigantesca estátua verde
cravada na ilha Liberty, em Nova Iorque
os pequenos pios de pintainhos amarelos
quebram o mais descomunal dos silêncios
e a centopeia é provavelmente mais lenta
que o Saci-Pererê com gorro e cachimbo
é que pé de mais nem sempre ajuda
eu peço bem menos, e sou mais completo
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 11/10/23 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 11 de outubro de 2023 12:21
- Comentário do autor sobre o poema: Havia uma amiga minha aqui do MLP que teria dito que esse meu texto "é bem diferentão", mas, em minha defesa, eu trago esse recado marcante: ""The world is perfect. Appreciate the details.", deixado por RZA em "The dead don't die" (talvez a única coisa boa do filme hehehehe)
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários2
Parabéns pelo seu belo e ímpar versejar! Boa noite! Bom feriado! Um abraço.
Caro poeta Vilmar,
É sempre um risco apresentar essas produções "meio marginais", então eu fico muito feliz que tenhas gostado. Muito obrigado pela cordial interação!
Bom feriado!
Um abraço!
Um poema insólito, mas agradável.
Boa noite e até breve!
Querida poeta Leide,
É muito bom saber que o experimento lhe tenha soado agradável!
Muito obrigado pela afabilidade da interação!
Bom feriado!
Um abraço!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.