Brágui

Ferrugem

                       ferrugem

 

por que tudo está tão longe de mim 

tão perto da tela 

mas tão longe da alma 

se eu chegar mais perto 

poderei me fundir 

a estática não me deixa ir 

eu quero ir 

a luz artificial

acalma as bestas dentro de mim 

se essa luz sumir 

o que sobrará de mim?

não tire minha serotonina

meus olhos podem doer 

mas é o preço de eu não ter ido ainda

talvez não poder ver o que está longe

fechou minha saída 

a alma morta 

em um corpo no piloto automático

meu olhos são refletores 

do escuro estático

meu coração já não bate 

em números matemáticos 

e com a ferrugem dentro de mim

fiz meu corpo metálico

água é veneno 

me alimentarei do sentimento

de estar em pedaços 

  • Autor: Brágui (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Outubro de 2023 23:44
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.