ferrugem
por que tudo está tão longe de mim
tão perto da tela
mas tão longe da alma
se eu chegar mais perto
poderei me fundir
a estática não me deixa ir
eu quero ir
a luz artificial
acalma as bestas dentro de mim
se essa luz sumir
o que sobrará de mim?
não tire minha serotonina
meus olhos podem doer
mas é o preço de eu não ter ido ainda
talvez não poder ver o que está longe
fechou minha saída
a alma morta
em um corpo no piloto automático
meu olhos são refletores
do escuro estático
meu coração já não bate
em números matemáticos
e com a ferrugem dentro de mim
fiz meu corpo metálico
água é veneno
me alimentarei do sentimento
de estar em pedaços