Sou parte da nesga,
que constrói o desespero,
o início e o fim
das coisas perenes.
Formo a angústia da espera.
Torno o tempo escasso
e volátil.
Sou pária em seus braços e
colisão da ausência.
Sou texto familiar,
moinho espanhol,
palha dos mendigos.
Meu caminho é pedrado de
dúvidas, é
rota de colisão
com a ânsia e a solidão.
Sou administrador de
saudades.
Sou senhor de
todas as abadessas,
donas do prazer
enigmático.
Sou plantonista dos
sem fins,
dos sem causa,
e sem sombra.
Moro à bessa,
a beira de um rio,
onde falha a segurança,
e brinco de vida e morte
com os fantamas dela.
um caso especial -
sem moralidade !
Meu sol não acende
mais minha vida, e a lua
é quadro lastimoso,
estático,
que não inspira coisas
de amor,
mas só levanta o pó
dos tropeiros da guerra.
Agora, em minha vida é
hora para caminhar entre
arranhos e
desesperos,
e nadar no vazio
das almas ocasionais.
À você fica o abraço querido:
quando da próxima vez a nos ver,
trás um pouco de amor,
e um formidável abraço
de acalanto e
um beijo para as
lembranças dos feridos.
*
molha chuva,
molha nós dois,
e nos faz ruídos
do curvo amor.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 30 de setembro de 2023 10:06
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
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